VI Fim de Semana da Lampantana
Dias 30 e 31 de Outubro e 1 de Novembro descubra a especialidade gastronómica do concelho acompanhada com um bom vinho tinto do Dão produzido pela Boas Quintas, oferecido pelo Município de Mortágua.
Conta-se que durante a 3ª Invasão Napoleónica ao nosso pais, as populações do concelho teriam, estrategicamente, envenenado as águas. Como era preciso cozinhar a carne, terá sido utilizado, como recurso, o vinho. Da aliança entre estes dois ingredientes terá resultado este prato de excelência, cujo segredo na confecção e no tempero foi sabiamente guardado e perpetuado até aos nossos dias. A Lampantana é confecionada com carne de ovelha, assada em vinho tinto e em caçoila de barro. A carne, preparada e condimentada com algum tempo de antecedência, vai ao forno de lenha, bem aquecido, aí permanecendo até a carne e o molho ganharem uma cor e uma textura características. É servida com batata “fardada” e grelos a acompanhar. O pão de trigo caseiro e o vinho tinto do Dão completam o prato.
É um prato muito enraizado na cultura e tradição dos mortaguenses. Antigamente era um prato “obrigatório” nas datas festivas, nomeadamente nos casamentos, batizados, festa da aldeia, sendo hoje em dia um prato confecionado durante todo o ano. A sua origem é indissociável das vivências e costumes das populações rurais, que outrora tinham na agricultura e na pastorícia a sua principal fonte de sustento. Os ovinos davam a lã e proporcionavam algum rendimento, além disso constituíam uma fonte de alimento, ajudando ao sustento familiar.
O evento atrai anualmente milhares de visitantes, muitos dos quais já são “aficcionados” deste prato. Outros vêm pela curiosidade de provar esta especialidade gastronómica do concelho. Nestes dias são habituais os almoços ou jantares de família, de empresas, ou tertúlias de amigos, que se juntam à mesa com o pretexto de saborear esta iguaria. O presidente da Câmara Municipal, José Júlio Norte, refere que “a Lampantana é já uma referência e marca associada a Mortágua”, e adianta que a “maior promoção tem sido feita pelos próprios visitantes, que ano para ano vão trazendo outras pessoas”, as quais, por sua vez, se tornam também apreciadores deste prato tradicional”.